Monday, July 04, 2005

Igreja Católica denuncia "casos", descaso e omissão na rede de hospitais do SUS em Rondônia

Pacientes de da Bolívia, Acre, Lábrea, Humaitá, Apuí e dos 52 municípios de Rondônia superlotam HB

A Arquidiocese de Porto Velho convocou os católicos e seguidores do Cristianismo para uma “missa de protesto”, realizada domingo, 03/07/2005, em frente ao Hospital João Paulo II. O Arcebispo Dom Moacir Grechi disse que a intenção é rezar por mais agilidade nas obras de reforma e ampliação do hospital, iniciadas em 2002, posteriormente paralisadas, depois de comprovados indícios de irregularidades na licitação e contrato. O atraso de quase três anos na reforma do João Paulo contribuí para a superlotação continua no Pronto Socorro e nas enfermarias do Hospital de Base-HB. O diretor-geral do HB, médico Amado Rahal, confirmou: “Além dos pacientes do interior de Rondônia, o HB atende pacientes vindos da Bolívia, Acre e dos municípios amazonenses Humaitá, Lábrea e Apuí”. A reportagem constatou que a superlotação é constante porque milhares de pacientes que não conseguem atendimento médico e ambulatorial nos Postos de Saúde e algumas policlínicas da prefeitura de Porto Velho, onde as quilométricas filas parecem uma espécie de câncer maligno na Saúde municipal.

INSPEÇÃO E HOSPITAIS INTERDITADOS
Nas inspeções que realiza nos hospitais dos municípios do interior, inspetores do Conselho Regional de Medicina de Rondônia-Cremero constatam e denunciam: -Na maioria dos Pronto Socorros faltam equipamentos importantes para atendimento dos casos de urgência e emergência, tais como desfibriladores, esfignamômetro, estetoscópio, termômetros, fios cirúrgicos, em quantidade suficientes para atender a totalidade dos pacientes. Faltam medicamentos, tais como analgésicos, antibióticos, antiinflamatórios. No interior, além da falta de medicamentos, faltam seringas, soros, reagentes, roupas de cama, oxigênio e alguns prédios não oferecem as mínimas condições para funcionamento das unidades de saúde.

ARIQUEMES
Exemplo de falta de equipamentos e falta de condições acontece no município de Ariquemes. Na semana passada, o Cremero interditou o Centro Cirúrgico do Hospital Regional. Os inspetores comprovaram a veracidade das denúncias de infiltrações, mofo, péssima esterilização e sujeira nas salas onde pacientes estavam sendo submetidos a cirurgias. Como sempre acontece, todas as cirurgias foram transferidas para o Hospital de Base.

JI-PARANÁ
No município de Ji-Paraná, faltam médicos, enfermeiras, o setor de radiologia funciona precariamente, constantemente pacientes são enviados para hemodiálise em Porto Velho e as denúncias de compras superfaturadas, omissão de socorro, óbitos de crianças e adultos sem atendimento médico fazem parte do cotidiano e da herança deixada pela péssima administração do prefeito Nico do PT.

CACOAL E ZONA DA MATA
Nos municípios da Zona da Mata, atendimento de saúde é luxo e só para quem tem condições de pagar hospitais ou clínicas particulares. Em Cacoal, o hospital regional começou a ser construído em 1990, mas até hoje continua com as obras interditadas, de forma inexplicável.

NEGOCIATAS E SAÚDE DOENTE
Todo o quadro de doença na Saúde do Estado e de várias prefeituras serve para denunciar eventual omissão ou falta de empenho de alguns deputados federais e senadores ou a preocupação da maioria dos deputados estaduais em acobertar milionários desvios de verbas públicas, empreguismo de parentes e de funcionários “fantasmas”, nepotismo. Quanto aos vereadores, inclusive os da capital, como teóricos “trombadinhas”, alguns usam os mandatos para negociatas; para nomeações de apaniguados em cargos comissionados na Câmara e prefeitura. Esquecem a defesa dos interesses dos pacientes, dos eleitores, dos contribuintes, da população. (Abelardo Jorge)

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