Moradores da zona leste denunciam monopólio nos transportes coletivos e questionam aumento no preço das passagens em Porto Velho-RO

***A prefeitura aumenta o preço das passagens, mas não fiscaliza e ônibus transitam superlotados...

Revoltados contra negociações envolvendo a prefeitura de Porto Velho e empresas de ônibus dispostas a aumentar de R$ 2,00 para mais de R$ 2,50 o preço das passagens de ônibus na capital, tarifa maior que as cobradas em Rio Branco-AC, Manaus-AM, Fortaleza-CE e, em números proporcionais, São Paulo e Rio de Janeiro, moradores dos populosos bairros de Porto Velho-RO estão repetiram nesta quinta-feira (22/01) variadas denúncias contra empresas que exploram os transportes coletivos urbanos. Entre as denúncias consta descumprimento dos horários estabelecidos, superlotação em quase todas as linhas. Falta de equipamentos de segurança. Ônibus sucateados transitam com sinaleiras quebradas; pneus carecas e sujos. Motoristas dirigem sem cinto de segurança. A falta de troco é constante. A integração das linhas não beneficia todos os passageiros. Idosos, gestantes e deficientes são humilhados por motoristas e cobradores. “Passageiros da linha Ulisses Guimarães-João Paulo II esperaram um hora e trinta minutos a passagem do único ônibus, no sol ou na chuva, porque a prefeitura retirou a maioria dos abrigos”, disse Theodorico Fernandes, morador do Socialista.

QUESTIONAMENTOS

Denúncias similares foram repetidas por moradores dos bairros Tancredo Neves, JK, Socialista, São Francisco, Mariana, Marcos Freire e Ulisses Guimarães. Na opinião da maioria dos entrevistados, a prefeitura é “omissa” ou “conivente”. Não fiscaliza, nem multa, nem adota providências saneadoras. “Por que a prefeitura não fiscaliza? Por que existem apenas duas empresas de ônibus em Porto Velho? Por que o prefeito Roberto Sobrinho não anunciou aumento no preço das passagens quando veio pedir votos para se reeleger? Talvez porque a demagogia é grande e as negociatas entre empresários e pessoas no poder estão acima dos interesses da população”, esculhambou dona Marta Oliveira, no bairro Mariana.
“Quando aumentaram a passagem para R$ 2,00 prometeram as empresas prometeram aumentar o número de ônibus, anunciaram ônibus para atender deficientes físicos, tudo não passou de mentira. Colocaram um ou dois ônibus com ar-condicionado nas linhas dos bairros da zona leste, os chamados “frescões”. Hoje esses mesmos ônibus transitam com ar-condicionado quebrado e com janelas lacradas. A prefeitura retirou os abrigos nos pontos de ônibus em quase todos os bairros. Quem usa transporte coletivo tem que ficar em pé, esperar a boa vontade dos donos do monopólio e pagar o preço combinado entre prefeitura e empresários. A população que se dane”, esculhambou a professora “Suzete”, que se disse professora de uma escola comunitária instalada ao lado da escola Ulisses Soares, no JK.
PREFEITURA CONFIRMA POSSÍVEL AUMENTO

Uma fonte da prefeitura não confirmou o percentual de aumento no preço das passagens. Disse que o aumento poderá ser anunciado antes do Carnaval. O prefeito em exercício, Emerson Castro (PMDB), estaria disposto a esperar o retorno do titular, Roberto Sobrinho (PT) para que assuma as negociações e o ônus do aumento reivindicado prejudicial à economia de milhares de famílias de baixa renda. O percentual de aumento no preço das passagens pode superar o reajuste do salário mínimo vigente no Brasil.

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