Dilma diz que cortes não afetarão Nordeste e reafirma “pacto” com governadores contra miséria
****Em 1ª visita, presidente agradeceu a vitória nas urnas e anunciou políticas para a região
A presidente Dilma Rousseff garantiu nesta segunda-feira (21) aos governadores do Nordeste que os cortes do Orçamento em 2011 – na casa de R$ 50 bilhões – não afetarão os investimentos na região que, segundo ela, é fundamental para erradicar a pobreza no país, uma das prioridades do novo governo. Em seu primeiro discurso oficial no Nordeste, em Barra dos Coqueiros, cidade próxima à capital do Sergipe, Aracaju, Dilma disse que o governo começará a preparar o programa de erradicação da pobreza a partir de março, e pediu a colaboração dos governadores para a elaboração de medidas.
- O nosso corte de R$ 50 bilhões vai preservar os investimentos. Nós estamos sim fazendo uma adequação fiscal, mas não é igual ao que aconteceu em 2003, quando nós tínhamos uma inflação acima do controle. [...] Nós não tínhamos R$ 300 bilhões de reserva como temos hoje, nem tampouco tínhamos um projeto em que todos, investimento público e privado, mantiveram o padrão. [...] Daí porque nós manteremos integralmente os investimentos com PAC, Minha Casa, Minha Vida, a Copa, [...] mobilidade urbana, o PAC 2, e o PEF.
O corte de investimentos na região era a principal preocupação dos governadores nordestinos que, logo ao chegar ao encontro, disseram que levariam à Dilma um pedido para que poupasse seus Estados da tesoura da União. De acordo com a presidente, nos próximos quatro anos, o governo deve investir cerca de R$ 120 bilhões em ações na região.
Em discurso que durou aproximadamente 50 minutos, a presidente demonstrou que irá atender à outra reivindicação dos Estados: dar um tratamento “diferenciado” à região. Segundo a presidente, não é possível combater a desigualdade no país tratando a região da mesma forma que o restante do país.
- Nós só conseguiremos diminuir a desigualdade social se aqui nós fizermos um pouco mais que nas demais regiões. Porque aqui há uma trajetória de desigualdade que vem das oligarquias, da escravidão e de vários fatores. [...] É esse o grande desafio. Nós temos que manter aqui o PIB [Produto Interno Bruto, ou a soma de todas as riquezas do país] crescendo a taxas acima da taxa nacional.
Como parte do plano de fortalecimento da economia local, a presidente confirmou a criação do Ministério de Pequenas Empresas e da Secretaria Nacional de Irrigação, que fará parte do Ministério da Integração. As pastas deverão ser responsáveis, respectivamente, por ações para incentivar o empreendedorismo econômico na região e combater a seca no semi-árido nordestino. Para tanto, porém, ela voltou a pedir a colaboração dos governadores.
- Eu acredito que nós temos que combinar um projeto ambicioso e específico só para o semi-árido [no interior do Nordeste]. Por isso, quando começarmos a discutir em março o nosso programa de erradicação da pobreza, espero que a gente conte com propostas de vocês [governadores] para o semi-árido.
***Fonte:R7
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