Friday, August 19, 2011

Polícia Federal sugere investigação de redes sociais no combate a crimes na Amazônia

Seminário reúne autoridades locais e internacionais em Manaus - Foto: Marina Souza/Portal Amazônia
MANAUS - A segurança em um território tão grande e pouco habitado quanto a Amazônia é um dos maiores desafios encontrados pelas autoridades a nível nacional e regional. As fronteiras com países como Venezuela e Bolívia também preocupam os especialistas. Para discutir esse cenário, Manaus sedia o I Seminário Internacional de Segurança da Amazônia (Sisam). Na tarde desta quinta-feira (18), representantes de vários órgãos ligados ao tema estiveram reunidos no hotel Caesar Business, zona Centro-Sul de Manaus.
Ministrados pelo superintendente da Polícia Federal no Amazonas, Sérgio Fontes, oficiais discutiram questões prioritárias na segurança dos municípios amazônicos, como crimes cometidos por indígenas, gangues e em comunidades. O narcotráfico e as brigas de “galera” foram os principais temas levantados. Entre as possíveis soluções apontadas para o problemo estão os estudo das plantações e do avanço do narcotráfico, políticas públicas de segurança diferenciados para cada comunidade, união das polícias Civil e Militar para combate de gangues e investigação de planos de crimes em redes sociais, como Facebook e Twitter.
Com o professor da Fundação Getulio Vargas e coordenador de Projetos Especiais do Programa Consciência Amazônica, Jorge Vanzuit, os policiais discutiram o tema “Guardas Municipais e outros instrumentos de Segurança Pública”. Segundo ele, o mais importante é conscientizar a população contra o ilícito.
Senadora Vanessa Grazziotin palestrou no Seminário - Foto: Marina Souza/Portal Amazônia
A senadora pelo Amazonas, Vanessa Graziottin, também participou do debate. Para ela, o crime que precisa de mais atenção é o tráfico de pessoas. “É o crime mais invisível do Estado, e cada vez mais pessoas são exploradas sexualmente ou escravizadas no exterior. Isso precisa parar”, contou.
Carlos Lélio Lauria palestrou sobre a municipalização da execução da pena. Segundo o titular da Sejus, é necessário que sejam realizados processos judiciais no interior do Estado, além da construção de presíodos em municípios e a criação de um Fundo Penitenciário Municipal, para que seja combatida a superlotação de cadeias na capital.
Secretário Estadual de Justiça e Direitos Humanos do Amazonas, Lélio Lauria - Foto: Marina Souza/Portal Amazônia
O segundo dia do Sisam contou ainda com a palestra da vereadora Lúcia Antony e da secretária executiva de Estado da Assistência Social e Cidadania (Seas), Maria da Graça Prola. As duas debatarem sobre os direitos das mulheres da floresta, Lei Maria da Penha e ações de combate à violência da mulher.

Seminário Internacional
Dezenas de policiais federais, militares, rodoviários, civis e membros da Guarda Municipal participaram do evento. Eles assistiram a palestras da secretária Nacional de Segurança Pública, Regina Miki, do chefe de departamentos de Polícia Urbana e dos Serviços de Justiça Criminal nos Estados Unidos e Europa, Richard Aborn, e do secretário de Estado de Justiça e Direitos Humanos do Amazonas (Sejus), Carlos Lélio Lauria.
Para Aborn, o seminário traz novas técnicas de vigilância à região . “Já trabalhei em muitos departamentos de Polícia do mundo e sei que há diferenças sociais, mas as semelhanças são imensas. Carros da Polícia já chegam ao local do crime após ele ser cometido. Estamos aqui para encontrar soluções para que isso não aconteça, para que seja previnido”, disse.
O chefe da renomada Polícia de Nova Iorque declarou acreditar que a solução para os problemas da segurança na Amazônia estão relacionados à rara punição a todo tipo de crime, por mais simples que seja. “Você tem que prender desde o ladrão mais simples ao grande criminoso. Governantes me perguntam ‘e como posso manter muitas cadeias?’ e respondo: ‘como você pode não manter?’. O preço do crime é mil vezes maior do que o do combate. Autoridades precisam primeiro lutar contra o medo”, ressaltou.
O Sisam é organizado pela Associação dos Delegados de Polícia do Amazonas (Adepol/AM). O evento marca o começo de discussões sobre segurança pública e proteção das fronteiras amazônicas. Até sexta-feira, as discussões em pauta no Seminário serão compiladas em um documento intitulado “Carta de Manaus”. A proposta  é traçar diretrizes para o desenvolvimento de políticas de segurança pública na capital amazonense.
***Fonte: portalamazonia.globo.com

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