Braço de Deus: Luiz Francisco diz que só tem ligação com igreja e Ministério Público Federal
“Não sou braço da guerrilha. As únicas ligações que eu tenho são com a minha igreja e com o Ministério Público”. A afirmação à revista Consultor Jurídico, nesta sexta-feira (1/8), é do procurador-regional da República Luiz Francisco de Souza, que contestou reportagem publicada quinta-feira, sobre suas ligações com as Farc, grupo guerrilheiro colombiano.
O procurador negou que tenha relações com a guerrilha. Disse que seu único contato com o ex-padre guerrilheiro Francisco Antonio Cadena Colazzos, o padre Medina, foi uma visita que fez a ele na prisão, em nome da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão e da Comissão Brasileira de Justiça e Paz da CNBB.
“A única coisa que fiz foi visitar um coitado de um padre preso, do mesmo jeito que, em 1983, eu visitei o padre Aristide Camio [preso pelo governo militar junto com o também padre francês François Gouriou, sob acusação de subversão]. O procurador também enviou nota à ConJur, na qual afirma que pauta sua atuação “em defesa dos direitos humanos”.
As declarações foram dadas em razão da reportagem publicada (31/7) pela ConJur, que mostra a atuação de Luiz Francisco em favor do guerrilheiro.
O texto reproduz informações da revista colombiana Cambio que divulgou e-mail de Cadena Colazzos a Raúl Reyes, datado de 22 de agosto de 2004, onde o guerrilheiro relata conselhos dados pelo procurador para que ele se protegesse de investigações.
“Se dei algum conselho para ele foi para fotografar agentes de outro país que o estivessem investigando, porque isso é ilegal. Agentes da CIA ou de qualquer outro país não podem atuar no Brasil, a não ser para acompanhar operações da Polícia Federal e da Abin”, justifica Luiz Francisco. E reforça: “a CNBB firmou um documento em solidariedade ao padre e essa foi uma das principais razões que me levaram a ele”. Cadena Colazzos não é mais padre.
FARC NO BRASIL
Em reportagem publicada nesta quinta-feira, a revista colombiana Cambio descreve as fraternais relações entre dirigentes do grupo guerrilheiro colombiano com destacadas figuras do governo federal brasileiro, membros do Legislativo, do Judiciário e com diversas autoridades. Os relatos têm como base mensagens achadas no computador do ex-porta-voz internacional da guerrilha Raúl Reyes, morto em março passado.
Não há na reportagem mensagens diretas de brasileiros para Reyes. A maioria das correspondências tem como autor o ex-padre Francisco Antonio Cadena Colazzos, que se intitulava porta-voz da guerrilha no Brasil, e Raúl Reyes.
Entre os nomes de autoridades citados pela revista colombiana estão o do ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu, o chefe de gabinete da Presidência da República Gilberto Carvalho, o ministro de Relações Exteriores Celso Amorim, o assessor especial de Assuntos Internacionais da Presidência Marco Aurélio Garcia, o secretário de Direitos Humanos Paulo Vannuchi, entre outros.
LEIA A NOTA DO PROCURADOR LUIZ FRANCISCO
Em relação à matéria “Braço da guerrilha” publicada ontem (31 de julho de 2008) na revista eletrônica Consultor Jurídico, peço que sejam esclarecidos alguns fatos.
Toda a minha intervenção em relação ao padre Francisco Cadena limitou-se a visitar o referido padre na penitenciária, visita essa feita em nome da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, na gestão da subprocuradora-geral da República Ella Wiecko. Após a visita fiz um relatório constatando que o padre somente tinha direito a uma hora de sol por semana. Enviei cópia do relatório para o juiz da Vara de Execuções Criminais (VEC) de Brasília. Fundamentei o relatório inclusive na lei de proteção aos animais, seguindo o exemplo de Sobral Pinto, no caso de Luiz Carlos Prestes, na década de 1930.
O juiz da VEC acolheu os argumentos e determinou que todos os presos de Brasília tivessem, ao menos, duas horas de sol por dia, como manda a legislação, incluindo o padre Francisco. Por conta disso, o ministro Gilmar Mendes representou contra mim na Corregedoria. O corregedor arquivou representação. Na época, era titular da Corregedoria o Dr.
Eitel Santiago, que hoje é secretário de segurança pública e defesa social do estado da Paraíba. O arquivamento foi confirmado pelo Conselho Superior do MPF e também pelo CNMP.
Com relação a algum conselho que possa ter dado ao padre Francisco de tirar foto e gravar pessoas que faziam campana ilegal em vigilância ao padre, o objetivo era enviar o material ao diretor da Polícia Federal e à Abin para providência em relação a agentes estrangeiros no País, possivelmente colombianos. Jamais dei conselhos ilícitos e só atuei no caso porque a Comissão Brasileira de Justiça e Paz, órgão da CNBB, fez a defesa do padre Francisco expedindo carta de apoio enviada aos ministros do Supremo e ao Conari.
Toda a minha atuação foi em defesa dos direitos humanos. O STF, ao julgar a extradição do padre Francisco, por nove votos a um (o voto do senhor Gilmar), decidiu que, se o padre voltasse à Colômbia, correria perigo de ser torturado e morto. O procurador-geral da República também deu parecer favorável ao referido padre no processo de extradição. Todos os membros do MP devem defender os direitos humanos e me orgulho muito de ter feito a minha parte nesse episódio.
Luiz Francisco Fernandes Souza
Procurador regional da República
****por Rodrigo Haidar, da http://www.conjur.com.br e revista Consultor Jurídico, 1 de agosto de 2008
******Texto foi "adaptado", senão modificado, para este diário virtual por...Abelardo Jorge 9957- 6033:."Nós acreditamos em Deus e seus profetas": We believe in God and his prophets , Creemos en Dios y sus profetas, Noi crediamo in Dio e la sua profeti, Nous croyons en Dieu et en ses prophètes,Wir glauben an Gott und seinen Propheten ,Πιστευουμε στο Θεο και του προφητες, ونحن نؤمن بالله وبلدة الأنبياءابيلاردو خورخي ....Leia mais nos links: http://www.amazoniaviva.zip.net, http://www.brasiline.zip.net, http://www.globorondonia.blogspot.com, http://www.agloborondonia.blogspot.com


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