PACIENTES DOS HOSPITAIS PÚBLICOS DE RONDÔNIA RECEBEM REFEIÇÕES PREPARADAS SEM HIGIENE, DETERIORADAS E CONTAMINADAS POR MOSCAS E INSETOS
Denúncias
feitas por pacientes e pelos próprios profissionais de nutrição do
Hospital de Base Ary Pinheiro, Pronto Socorro João Paulo II e Centro de
Medicina Tropical de Rondônia (Cemetron) foram destacadas em
relatórios que apontam diversas falhas e irregularidades cometidas pela
empresa, Fayslen e Medeiros Ltda, especializada na prestação de serviço
de nutrição e alimentação hospitalar e vencedora da licitação realizada
pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) em Abril deste ano, com um
contrato de aproximadamente nove milhões de reais.
Os
relatórios apontam que a empresa Fayslen e Medeiros Ltda estaria
prestando serviço de péssima qualidade no que diz respeito ao
fornecimento de alimentação preparada para abastecer as unidades de
saúde do Estado. De acordo com os documentos, redigidos por
nutricionistas dos hospitais, após verificação in loco incluindo
fotografias e imagens do dia a dia da operacionalização do contrato
ficou evidente que a empresa não tem nenhuma condição econômica,
operacional, logística e financeira para suportar as necessidades para
as quais fora contratada.
Um
trecho de um dos relatórios diz: “Façamos neste momento uma reflexão a
vida humana. Não vale nada? As pessoas podem vir a morrer por falta de
respeito, planejamento, competência e eficiência por parte da Sesau, por
não fazer a coisa certa, licitar na hora oportuna e prestar um serviço
de qualidade, de eficiência e eficácia”.
Ainda
segundo os relatórios, a maioria da equipe de trabalho da empresa
contratada não apresenta nenhum conhecimento técnico quanto à Ciência de
Nutrição. “Existe uma distribuição rotineira dietas erradas, o que pode
colocar a vida dos pacientes em risco, como por exemplo, diabético
recebendo refeições com açúcar, hipertensos recebendo alimentação com
sal”, descreve trecho do relatório do Hospital de Base.
Dentre
as várias denúncias no João Paulo II, a falta de higiene e de condições
de armazenamento dos alimentos ficam entre os itens mais citados. Leite
com gosto de azedo, gelatina servida em estado líquido, insetos dentro
de frasco de dieta enteral para ser administrado ao paciente, marmitas
com vazamento de comida, transporte de carnes em carros não
refrigerados, degelo de frango inadequado, falta de uniformização dos
funcionários da empresa e uma série de irregularidades checadas em todas
as unidades atendidas pela empresa preocupa os profissionais da área.
Questiona-se: falta fiscalização do Ministério Público e do Poder
Judiciário???
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