PF denuncia: Deputados estaduais de Rondônia gastavam milhões comprando passagens aéreas em nome de parentes

A Polícia Federal descobriu mais uma fórmula usada por alguns dos 24 deputados estaduais para desviar milhões dos cofres públicos em Rondônia:- A compra de dezenas de passagens aéreas, em agências de viagens, em nomes de parentes, assessores e de terceiros, durante o recesso parlamentar. Foi o que afirmou ontem o delegado da PF, Renato Saião. Ele explicou como esse esquema foi descoberto: “Na semana passada, nós fomos cumprir mais um mandado para identificar possíveis irregularidades no pagamento de fornecedores, nos processos de licitação. No decorrer do cumprimento do mandado, nós nos deparamos com processos de pagamento de passagens aéreas para agências de viagem, em que constavam nomes pessoas que estavam em local das cidades, nomes de deputados e seus parentes e de funcionários da Assembléia, viajando, na época das férias, principalmente em janeiro, julho, dezembro, Reveillon e Carnaval, por conta da Assembléia Legislativa, essas viagens, a primeira vista, totalmente alheias ao serviço”, explicou.

PROVA DOS CRIMES
Renato Saião também confirmou as suspeitas de “formação de quadrilha” para a prática de variados crimes na “Casa do Povo”: “Os depoimentos tomados com base nos depoimentos de pessoas que trabalham há muito tempo na Assembléia e que estão diretamente envolvidas nos setores mais atingidos, tendo em vista os depoimentos de testemunhas, alheias ao quadro da Assembléia, e os documentos encontrados, eu diria que nós temos uma organização criminosa atuando dentro da Assembléia Legislativa de Rondônia”. O delegado não descartou o enquadramento penal dos envolvidos ou denunciados, autores do “rombo” de milhões, na lei que estabelece procedimentos especiais para investigação das quadrilhas formadas por criminosos. Essa iniciativa pode também ser requisitada por integrantes do Ministério Público do Estado-MPE, na fase de inquérito e durante o julgamento nas Varas Criminais e no Tribunal de Justiça. (Abelardo Jorge)