Monday, July 04, 2005

FALTAM MEDICAMENTOS BÁSICOS NOS POSTOS DE SAÚDE DE PORTO VELHO

A diretora administrativa da Policlínica estadual Oswaldo Cruz, Geisa Peixoto, e a farmacêutica Márcia denunciaram ontem que o governo do prefeito Roberto Sobrinho vem estocando medicamentos básicos, em depósitos da Secretaria Municipal de Saúde-Semusa, prejudicando a saúde física e mental de milhares de pacientes e famílias pobres que buscam atendimento e urgência e emergência nos Postos de Saúde de Porto Velho. “Aqui estão faltando vários itens de medicamentos, mas eu fui a um depósito da Semusa, na avenida Rio Madeira, proximidades do hospital da Unimed, e constatei que existe estoque de vários medicamentos que não estão sendo distribuídos nos Postos de Saúde. Os pacientes formam filas aqui, exigem medicamentos, mas a responsabilidade é da prefeitura. O dever do Estado é fornecer medicamentos apenas para os portadores de hipertensão e diabéticos, mas, todos os meses, quando não há atraso na Gerência de Medicamentos, chegamos a distribuir entre 20 a 40 mil prescrições de antiinflamatórios, antibióticos, analgésicos e outros”, disseram.

FILAS E FALTA DE MEDICAMENTOS BÁSICOS
A reportagem testemunhou que dezenas de pacientes enfrentaram filas, alguns até mais de quarenta minutos, e depois não receberam os medicamentos prescritos por médicos da própria Policlínica. Há mais de trinta dias faltam antibióticos, antiinflamatórios, analgésicos, colírios, medicamentos de usados continuamente por pacientes portadores de cardiopatias, hipertensão, diabetes, epilepsia e os psicotrópicos ou medicamentos controlados. Fontes informaram que a falta de medicamentos ocorre porque a empresa vencedora da licitação para fornecimento teria subfaturado os preços, ou oferecidos preços abaixo dos praticados no mercado, e estaria enfrentando dificuldades para cumprir o contrato firmado com o governo. Outro motivo é a “lentidão” da Gerência de Medicamentos da Secretaria de Saúde.

SILAS DESMENTE FUNCINÁRIAS
Questionado pela reportagem, o secretário municipal de Saúde, Silas Rosa, classificou como uma “insensatez” e “falta da verdade” as declarações das duas funcionárias da Oswaldo Cruz. Ele confirmou a existência dos estoques: “Temos medicamentos estocados, mas eles estão sendo distribuídos nos Postos de Saúde. Nós temos um controle rigoroso da distribuição”, disse.

INADIMPLÊNCIA DO GOVERNO ESTADUAL
Silas Rosa disse que é dever da prefeitura manter os 36 itens da Farmácia Básica, mediante repasses financeiros do governo federal e do governo estadual. “Se existe falta de medicamentos, é porque o governo estadual ainda não repassou R$ 389 mil devidos ao município, ou seja, R$ 1, 00 (Um real) por cada habitante. Mas, eu não tenho o controle diário desse repasse, que pode ter acontecido agora (ontem à noite)”, disse Silas Rosa. Ele explicou que por força da legislação, o governo federal também repassa a Prefeitura R$ 1,00 por cada habitante, enquanto é dever do município investir R$ 0,50 (Cinqüenta centavos) por habitante. O dinheiro é dividido em forma de duodécimo, ou seja, entre os doze meses. (Abelardo Jorge)

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